Fotografia

Luz, porque te vejo luz
Pelas coisas mais puras, Luz
O andar de tuas ações diz
No querer, de tanto querer, faz
Do meu tempo o teu templo, Luz
Onde habitas e me curas, jaz
Homem cheio de amores vis
Eu me deixo nos teus braços, Luz
E acredito ser bem mais feliz.

Às seis

Quase que eu quis
Que nós se desatassem
Que nós nos descobríssemos
Que então…
Enfim
embora nós agora em dois, nenhum

Sobre o meu destino eu sei?
Sobre o seu e o meu o céu?
Sobretudo o nosso chão!

Será, talvez,
Que ao invés de outrora,
a nossa vez, é a vez da hora?
Amanhã, te encontro no café às seis

Quase que eu quis
Que nós se reatassem
Que nos redescobríssemos
E então…
Enfim
embora nós em um, estou em dois

Sobre o meu destino, o caos!
Sobre o seu e o meu, às seis!
Sobretudo a nossa paz?

Será, que ao invés do agora,
outra hora é nossa vez?
Desfaço as malas amanhã.
Te encontro no café…talvez!
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Luis Kiari, Gabriel Garcia e Dudu Valle

Off line

Às vezes o que me entra pelos sentidos, confunde minhas ideias, não o que sou.
Luzes distorcidas, espelhos narcisistas, cheiros e cheiros.
Não consigo me conectar com a luz, não consigo me banhar no rio, não consigo sentir o cheiro de chão.
É como uma noite mal dormida, quando os sonhos se confundem com a realidade e não se sabe se realmente está acordado ou se dorme.
É como se olhasse o mar e não sentisse sua complexidade, sua profundidade.
É como se olhasse o mar e ficasse vendo as nuvens.

O risco do viver

Os nossos pés estão sobre os nossos próprios jugos.
Você caminha, pisando sobre uma terra movediça. Ao mesmo tempo que traz um chão, não te deixa segura se poderá permanecer ali, e tateia em circulo, atrás de uma realidade sólida. 
Os meus, são pés de Dédalo, que me permitem o risco de viver, o mais bonito da vida.
Corre o risco de perder o chão e ganhar o infinito de nós?
O risco de voarmos tão alto, a ponto de nos aproximarmos, por demais, do sol!?
E se as asas de cera derreterem e cairmos daquela altura, qual o problema!?
A vida já é mesmo uma queda que atravessa!
Pelo menos sentiremos o vento no rosto e experimentaremos o observar o mundo a dois, de um prisma que só os que se acreditam juntos, podem ver.

O silêncio que não se houve

Ah, se o peito falasse a voz que os ouvidos reconhecem.
É que meu peito pulsa saudade e isso não é pouco, isso é imenso.
Quem encontra um amor, o qual o coração troque um tum por outro tum,
descobre a frequência do ser e quem está em volta, talvez nem desconfie
da grande ciranda orquestrada das nossas batidas incessantes, incansáveis,
pois é no silêncio dos olhos que gritamos o nosso GRANDE ENCONTRO.