Hoje eu voltei, e um vazio
Uma tristeza
Ainda acesa
Aquela luz
Como que desenhando
Os movimentos
Fios, ponto a ponto
Bordando o ar
Ah, como é bonita a pintura
Nas curvas todas, nas voltas
Ainda aqui comigo
Ainda aqui está na memória.
…Que dor bagunçada no peito
Como se eu não pudesse mais
Como se eu não quisesse mais, me afasta.
Agora outra luz me ultrapassa
É aquela que eu fujo…por que agora?
Socorro!
E durmo
E durmo
E durmo
Num canto do peito
Talvez no fundo
Longe das quinas…as quinas…ex-quinas.
De novo os fios iluminam e desenham.
Como se dançando ao som de Piaf
Se lançam na minha frente
Numa calma peculiar, que me perturba!
Me ajuda
E jura
E jura
E jura
Quando dobrar, não importa o lado
Ainda será e será e será?
Como os que fingem não poder
Como os que fingem não querer
Como os que fingem fingir
Eu faço de mim, o que bem doer
E a dor quiçá
Passará
Passará
Passará?
Tu és divina lamparina, que ilumina duvidosa minhas madrugadas. Divina lamparina, de diamante fogo, oscila em minha vida, mais oscilante ainda, Lembra-me de mim, em minha melhor data.
Sou eu naqueles olhos de novo, Pensando, acreditando que aquela chama trepidante, antes me levava o medo, que me trazia dúvidas.
Menino bobo, em volta da mesa, em volta do fogo, cercado por todos. Tolo menino, lindo menino, de amores tão brilhantes quanto aquela luz. Parecia que aquela nuvem negra, que vinha de dentro do galão, que subia e saía pela ponta da chama, era como todo mal da vida que se queimava.
Ele acreditava assim…e agora de novo acredita.
Vista linda, esse pavio bonito de vida que tens; o que te encharca o miolo, é todo o gás que me faz acreditar no menino de novo, novo menino de mim.
e dá forma a inspiração