O que há?

O que há com o nosso alinhamento de pensar, ser e sentir?
Não posso ser só eu? 
Um ser único?
Indivíduo? 
Agora tenho que dividir tudo que achei ser só meu?

    Todas as minhas poucas certezas? 
    Todas as minhas muitas dúvidas? 

Será que não vou mais conseguir agir, sem aquela sensação de quando você encontra uma pessoa na calçada, que decide ir pelo mesmo lado que você, e quando você acha ter pensado mais rápido e vai pro outro, com a mesma certeza, ela também vai? 

Tenho um certo medo dessas coisas “paranormais”…por favor não me assuste, porque daqui a pouco vou acreditar, que esse querer incontrolável de ter você para sempre, é você querendo em mim, e que esses caminhos-sentimentos que me perco, é porque não conheço andar por você!

Prosaico

Conversa mesmo, é essas das que me prende, conversa de coisa que é, dessas que dá ponto sem volta, como é conversa de tempo, que não se deixa ver o vesso, nos olha como Deus e diz que ponto qualquer é certo, mesmo as vez num sendo…mas é!



E quem vai dizer o contrário!?





A-luz-sina

Hoje eu voltei, e um vazio 
Uma tristeza 
Ainda acesa 
Aquela luz 
Como que desenhando 
Os movimentos 
Fios, ponto a ponto 
Bordando o ar 
Ah, como é bonita a pintura 
Nas curvas todas, nas voltas 
Ainda aqui comigo 
Ainda aqui está na memória. 

…Que dor bagunçada no peito 
Como se eu não pudesse mais 
Como se eu não quisesse mais, me afasta. 

Agora outra luz me ultrapassa 
É aquela que eu fujo…por que agora? 
            Socorro! 
            E durmo 
            E durmo 
            E durmo 
Num canto do peito 
Talvez no fundo 
Longe das quinas…as quinas…ex-quinas. 
De novo os fios iluminam e desenham. 
Como se dançando ao som de Piaf
Se lançam na minha frente 
Numa calma peculiar, que me perturba! 
            Me ajuda 
            E jura 
            E jura 
            E jura 
Quando dobrar, não importa o lado 
Ainda será e será e será? 
Como os que fingem não poder 
Como os que fingem não querer 
Como os que fingem fingir 
Eu faço de mim, o que bem doer 
            E a dor quiçá 
            Passará 
            Passará 
            Passará? 

Lamparina

Tu és divina lamparina, que ilumina duvidosa minhas madrugadas. Divina lamparina, de diamante fogo, oscila em minha vida, mais oscilante ainda, Lembra-me de mim, em minha melhor data.
Sou eu naqueles olhos de novo, Pensando, acreditando que aquela chama trepidante, antes me levava o medo, que me trazia dúvidas.
Menino bobo, em volta da mesa, em volta do fogo, cercado por todos. Tolo menino, lindo menino, de amores tão brilhantes quanto aquela luz. Parecia que aquela nuvem negra, que vinha de dentro do galão, que subia e saía pela ponta da chama, era como todo mal da vida que se queimava.
Ele acreditava assim…e agora de novo acredita.
Vista linda, esse pavio bonito de vida que tens; o que te encharca o miolo, é todo o gás que me faz acreditar no menino de novo, novo menino de mim.

A forma

Meu bem, um aperto no peito, daqueles que falta a honra
me toma de incertezas, quando me pego pensando no por vir…
…Perdão se a minha travessia, tira a sua apatia de viver!
O amor é uma pausa na dor, é um respirar no vazio
não um vazio semântico, mas o vazio da jarra
que acolhe o sagrado

e dá forma a inspiração

Pré-fabricado

Faça o que o vento diz, e deixe que ele bata contra face, mas a favor do peito…
Fazer amor…Que expressão engraçada…como se o amor pudesse ser fabricado…Como se pudéssemos manufaturar o amor…mas a verdade é que o amor, já vem embalado em nós como presente, é só desatar os nós, e guardar os laços!