Veja lá dois operários
Cada qual com sua lima
Um, de um lado, faz o prumo
O outro, noutro lado, alinha
São de fato entrosados
Mal algum não se arrepara
Um deixa sobrar aqui
O outro, doutro lado, apara
Tão perfeito é o conjunto
Que parecem fazer dança
Fazem infindos zig-zags
Com destrez, desenham trança
Unem, rituosamente
Cedro rígido e encorpado
A um ferro sinuoso
Como se fosse sagrado
Numa sala eqüilátera
Ensaiam o repertório
Mas depois voltam pra casa
Cada qual com o seu próprio
Se um dia não voltarem
Pra unir, cedro e ferro
Numa mesma incoisança
Vida mesmo é assim
O presente faz lembra
Adoro ler seus versos!! Arrasando! Parabens! Ass: Mariani
Os operários lembra me um poema do Vinicius de morais. O operário em construção.
Tuas linhas me fizeram lembrar dos meus amigos-operários na vida.
Quando fica um excesso de dor, são eles que retiram.
Quando não sabemos como fazer, eles tomam as rédeas e fazem.
Trabalhos que não são iguais, nem diferentes, são complementares.
E nessa vida onde a complementariedade é o sentido, "os operários", assim no plural, é uma necessidade!
Beijo, Luis!