Se quando você for
Embora da minha vida
Se quando cê voltar
Eu vou estar lá na porta de saída
Esperando a volta entrar
Toda areia se espalhar
Toda chuva estiar
Toda injúria feita aguar
Todo bolo desandar
Todo peito arrebentar o botão de toda blusa
Toda pele arrepiar
Toda lágrima secar
Todo o coração queimar
Toda escolha se aceitar
Toda tradição quebrar
Todo chão molhar, pra espelhar a minha angústia
Toda história acabar
Toda procissão passar
Toda imprensa divulgar
Todo céu se anuviar
Todo povo se assombrar
E na sua volta, só a porta está ferida
E eu a espiar
De longe avistei
A flor no seu vestido
E marejei
Deitei no chão as julgas
Dos braços de outros quens
Na cama, o nosso altar, imaculei
E se toda jura Jurema
E se toda manha
E se toda cura curar
Essa toda injúria
E se toda injúria curar
Essa toda cura
Luis Kiari e Nuria Mallena
Aconteça o que acontecer…estarei aqui!!!Me faltam palavras…o sentimento me arrebata,emudeço!!!Obrigada por dividir conosco a riqueza que habita em vcs!Grande beijo!
Essa letra de música, poema… não sei, também "dá nome aos bois" não me parece importante.
Tem uma brincadeira com as palavras e sua sonoridade. De contrução simples que causa um efeito meio arrebatador, de modo que me remeteu um pouco a Adélia Prado, minha poetisa preferida.
Gosto dessas imagens:
"Esperando a volta entrar"
"Todo peito arrebentar o botão de toda blusa"
"Todo chão molhar, pra espelhar a minha angústia"
e achei "fofo", rsss:
"Deitei no chão as julgas
Dos braços de outros quens
Na cama, o nosso altar, imaculei"
Juliana de Paulo
Eu não sei de onde sai tanta coisa bonita.
Me pego tentando escrever algo que seja coeso e quase nunca tenho um "final feliz".
MUITO BOM!
E se essa cura nos levar
e nos fizer ver além, de um além imaculado
E ponderado as margens de vida
de Jurema vinda de longe
Encanta com sua beleza encantada!
linda letra, admiro vc, grande beijo!
Vini!